quinta-feira, 9 de outubro de 2008

5 de Outubro de 2008





Sra Governadora Civil do Distrito do Porto Dra Isabel Oneto, Presidente da Associação Civica e Cultural 31 de Janeiro Dr. Joaquim Couto e representante da Camara Municpal do Porto Dr. Lino Ferreira, no hastear da bandeira nacional

Caros Consócios

Minhas senhoras, meus senhores

A caminharmos rapidamente para o centenário da Proclamação da República, congratulo-me, por continuarmos a manter vivo, o momento mais marcante da conquista das liberdades pelos Portugueses. Esta homenagem, de forte simbolismo, que fazemos questão de prestar àqueles que tornaram a Democracia possível e o Estado Social uma realidade e pelo qual muitos lutaram muito antes, deve manter-se e alargar-se à generalidade da população.

Quando a República é proclamada a 5 de Outubro de 1910, já o Porto era símbolo de republicanismo, após o sufoco da tentativa de 31 de Janeiro de 1891.

Seria interessante que esta efeméride de tão grande significado nacional fosse largamente explicada a todos os portugueses, nos seus antecedentes e nas suas consequências.

Não dum modo dogmático e maniqueísta, mas objectivamente e sem preconceitos, para que todos saibam, que hoje somos o que somos, porque a 5 de Outubro de 1910, um grupo de corajosos cidadãos, com amplo apoio popular, inspirados pelos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, derrubaram um regime político caduco e sem soluções para Portugal, onde a discriminação, os privilégios de classes e outros, eram a regra.

Dos ideais da Republica, a Educação e a Formação cívica, assumiram um papel central. Foi possível evoluir rapidamente na emancipação individual e colectiva. Não sem sobressaltos, não sem constrangimentos, não sem ameaça e perda das liberdades, sobretudo durante a longa noite salazarista.

Através da Educação e do Ensino Público gratuito a igualdade de oportunidades, foi sendo alcançada. Quase um século depois, é a Educação, entendida no sentido lato, que continua a ser
determinante na Politica Pública do Estado.

Chegados a 2008 podemos estar satisfeitos com o Portugal de hoje e parar para um merecido descanso? Não.

A República é um processo em construção, em aperfeiçoamento permanente. As últimas reformas sociais, nomeadamente a lei da paridade, das uniões de facto, a alteração à lei do divórcio, os sistemas de amortecimento da pobreza, os benefícios sociais no sistema educativo, foram passos importantes no cumprimento constitucional da Igualdade.

Construir a República é procurar a utopia. É um processo aberto. A evolução da sociedade, o progresso tecnológico e científico, a evolução do pensamento humano exigem uma adaptação e aperfeiçoamento constante – os princípios são os mesmos, só muda a forma e conteúdo da sua execução!

Os ideais da liberdade e solidariedade, valores universais inspirados da Proclamação da República, são igualmente a pedra de toque da nova ordem internacional em construção. A globalização das actividades humanas incrementadas pela era da comunicação global, necessita cada vez mais dos valores perenes enunciados Não será possível construir um mundo novo, baseado na desigualdade, ainda que disfarçada de política de um qualquer Estado. Ao contrário, o progresso, a paz e a cooperação em liberdade, um mundo novo multipolar e globalizado, com consciência social, só serão possíveis em liberdade com solidariedade.

Preparamo-nos para celebrar um século de vida da República. Afinal a República era para os republicanos de 1910 sinónimo de progresso, um grande salto qualitativo na formação cívica e intelectual dos portugueses com a satisfação das mais elementares necessidades básicas da população.

Era a chegada à Terra Prometida.

Saibamos nós no presente, ser dignos desse legado.

Joaquim Couto
Presidente Ass. Cívica e Cultural 31 Janeiro


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